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13 Julho

Tecnologia de ponta auxilia monitoramento ambiental

Dos dias 10 a 12 de julho, a Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a ONG WWF-Brasil e com o apoio da Universidade da Flórida, promoverá o minicurso Sensores Avançados Embarcados em Veículos Aéreos Não Tripulados. Nele, pesquisadores, palestrantes e acadêmicos realizarão testes com dois tipos de sensores de última geração para estudar florestas, solos e biodiversidade brasileiros. O intuito é aprimorar o monitoramento da Floresta Amazônica e do Cerrado, obtendo informações sobre degradação e recuperação florestal nesses biomas.

O minicurso é promovido pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (LAPIG-UFG) e contará com a presença dos professores Eben Broadbent e Angélica M. Zambrano, da Universidade da Flórida. Os professores vão compartilhar suas experiências, visando uma parceria internacional em nível acadêmico e científico para melhorar os trabalhos de conservação da natureza.

Imagens da Floresta Amazônica já foram captadas, na última semana, em experimento realizado na Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex), que fica no Acre. Segundo o professor Manuel Eduardo Ferreira, do LAPIG-UFG, o grupo de pesquisadores responsáveis pela atividade quer testar todas as possibilidades desses aparelhos.

“No momento, a universidade já possui os sensores multiespectrais e quatro câmeras RGB, que foram otimizadas para captação de imagens aéreas em alta resolução, além de outros equipamentos que conseguem fazer uma calibração radiométrica. Ou seja, através dos recursos que já temos, conseguimos obter ótimos resultados. Agora, com esses novos equipamentos, a capacidade de monitoramento é elevada a outro nível”, conta o professor.

Tecnologia

A leitura das paisagens é feita pelos sensores hiperespectrais e LiDAR (do inglês Light Detection and Ranging). Ambas as tecnologias são bastante avançadas para sensoriamento remoto, sobretudo para veículos aéreos não tripulados (conhecidos também como drones), que só começaram a ser utilizadas no Brasil agora.

“O sensor hiperespectral consegue captar várias centenas de faixas de luz refletidas pelas folhas das árvores, enquanto o multiespectral capta apenas uma centena. Através dessa frequência de ondas é possível compreender a capacidade fotossintética de cada árvore e, por consequência, saber como está o seu estado de saúde”, explica Manuel Ferreira.

Além disso, o sensor hiperespectral pode prover informações como a composição físico-química de plantas, solos e rochas expostas, bem como a morfologia dos terrenos analisados. Os profissionais das áreas de Geografia, Engenharia Florestal, Ciências Ambientais, Agronomia, Ecologia e Biologia podem se valer dessas informações para aperfeiçoar suas pesquisas.

Já o LiDAR trabalha com pulsos de laser, fornecendo imagens tridimensionais de altíssima resolução. “O LiDAR é capaz de ler áreas para otimizar o monitoramento e reproduz toda a estrutura da planta. Com isso, analisamos a estrutura física de árvores e rochas, e auxilia o acompanhamento de espécies em extinção, por exemplo”, explica o professor Manoel.

Os dois métodos, tanto o LiDAR como os sensores hiperespectrais, são considerados muito velozes e de alta precisão quando acoplados aos drones, além de ter custos mais baixos do que os equipamentos mais tradicionais. Na quarta-feira, dia 12, os orientadores e orientados irão para uma área a cerca de 200 Km de Goiânia, próximo à cidade de Goiás, a fim de realizarem pesquisa de campo e testes dos equipamentos.

Cerrado

Além de proporcionar um monitoramento mais aperfeiçoado da Amazônia, essa tecnologia também será utilizada para acompanhar e estudar as áreas remanescentes que abrigam o Cerrado. O bioma tão típico do Centro-Oeste costuma sofrer com queimadas na época do período seco, geralmente ocorrido no final do inverno e início da primavera, nos meses de agosto e setembro – que inclusive estão próximos. Por conta disso, a aplicação dos novos sensores pode ser extremamente valorosa para a nossa situação.

“Através desses aparatos é possível captar quais pontos em determinadas áreas são mais propícias às queimadas. Por exemplo, através dos sensores hiperespectrais é possível observar que plantas estão mais verdes e qual vegetação está mais seca e suscetível a iniciar e proliferar um incêndio. A partir dessas informações, é possível encaminhar uma brigada de incêndio a queimar pontos específicas e estratégicos para conter prováveis futuras queimadas (técnica conhecida como contra-fogo)”, conclui o professor Manuel Ferreira.

Agora que profissionais irão aprender a utilizar tais recursos, resta saber quando o governo irá adquirir a tecnologia e aplicar o seu uso para tais fins.

Professor Manuel Eduardo Ferreira, um dos acadêmicos à frente das pesquisas realizadas com os novos aparelhos, segura um e-Bee RTK, de categoria asa-fixa. O drone é fruto da parceria da UFG com o Ministério Público do Estado de Goiás(Foto:divulgação)


Fonte: dm.com.br