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23 Julho

Estudo explora relação entre incêndios e períodos de chuva em Mato Grosso do Sul

O artigo intitulado "Fire foci related to rainfall and biomes of the state of Mato Grosso do Sul, Brazil " (Focos de fogo relacionados às chuvas e biomas do estado de Mato Grosso do Sul, Brasil) foi publicado no último volume da revista Agricultural and Forest Meteorology. A publicação internacional tem como tema principal as inter-relações entre meteorologia, agricultura, silvicultura e ecossistemas naturais. É renomada na área e possui classificação A1 pela Capes, com CiteScore (impacto das publicações através das citações) de 7,2.


“Investigamos a chuva e os incêndios nos biomas de MS por 16 anos e verificamos que houve uma tendência estatística de aumento do número de focos de calor. Por outro lado, não registramos tendência de mudanças para a chuva”, comenta o pesquisador do campus da UFMS em Chapadão do Sul, Paulo Eduardo Teodoro. Ele atua nos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal e com um grupo de 12 pesquisadores de outras instituições desenvolveram o trabalho, que contribui para incrementar os estudos climatológicos em MS, ainda pouco explorados. “Temos características climáticas e de solo diferentes distribuídas em três biomas: Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Os dados referentes aos focos de incêndio e precipitação foram obtidos em escala anual e coletados em 15 municípios”, explica Teodoro. No mapa acima é possível observar a área queimada acumulada em 2004, 2005, 2007 e 2015 nos diferentes biomas.

Paulo explica que o grupo de pesquisas está consolidado e tem publicado trabalhos em outros periódicos nesta linha. “Temos um grupo forte junto aos professores José Francisco de Oliveira Junior da Universidade Federal de Alagoas e Carlos Antonio Silva Junior, da Universidade Estadual de Mato Grosso. Inclusive na Unemat há um projeto de pesquisa cadastrado nesta área. Sou da área de melhoramento de plantas, mas sempre colaboro com outras pesquisas, principalmente, na análise estatística de dados”, fala.

“O professor José é climatologista e atua na área de fenômenos meteorológicos. Já o professor Carlos é da área de sensoriamento remoto e é responsável pelo processamento e elaboração dos dados espaciais para espacialização dos resultados.

De acordo com os pesquisadores, o bioma que apresentou a maior ocorrência de focos de chuva e fogo foi o Pantanal. “Os maiores registros de focos de incêndio no Pantanal são causados por períodos mais longos de seca e atividades baseadas na agropecuária extensiva”, destaca Paulo. Segundo ele, foi observada uma tendência de crescimento positivo na ocorrência de fotos de incêndio nos três biomas estudados. “O risco de incêndios no país é grande, por isso é necessário estabelecer políticas públicas para mitigar a sua ocorrência, em especial os que são provocados por práticas inadequadas”, concluiu o pesquisador.

A íntegra do artigo pode ser acessada aqui.

Texto: Vanessa Amin

Fonte: ufms.br